quarta-feira, 22 de setembro de 2010

A brevidade da vida

Algumas situações, por mais que saibamos que um dia irão acontecer, são muito difíceis de serem superadas. Tentamos encontrar razões tolas (e muitas vezes fantasiosas) para explicá-las, tentando minimizar o sofrimento e a dor; buscamos acreditar em clichês ("um dia isso vai passar", "foi melhor assim"), e pensamos... ah, como pensamos! A cabeça parece que ganha vida própria e não pára nem um segundo, por vezes, não somente relembra o passado, mas também o recria, de forma mais colorida e, por isso mesmo, mais dolorida...
Até pouco tempo, confesso, não sabia o que significava uma perda definitiva. Ainda hoje trago feridas que ainda não cicatrizaram por completo (elas sangram em determinadas situações: um gesto, uma música, um cheiro, um livro...), mas o tempo, aos poucos, se encarrega de transformar a dor da perda em saudade.
Numa interpretação muito particular, descobri que são necessárias atitudes menos egoístas: por amar demais as pessoas é preferível vê-las partir do que ficar sofrendo, mesmo quando elas foram responsáveis (ou pelo menos em grande parte responsáveis) pelo o que nos tornamos, ou ainda, quando foram exemplos próximos de tudo o que desejamos ser.
Nessas andanças, também aprendi que para sempre ficam os ensinamentos, as risadas, as lágrimas, as palavras, os abraços, as broncas, os gritos, os afagos, o incentivo, a proteção, a preocupação, a euforia, o exemplo e a torcida. E, fica também a saudade...

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

É só interpretação???

"Oração (São Francisco de Assis)

Oh Senhor, faze de mim um instrumento da tua paz:
Onde há ódio, faze que eu leve o Amor;
Onde há ofensa, que eu leve o Perdão;
Onde há discórdia, que eu leve União;
Onde há dúvida, que eu leve a Fé;
Onde há erro, que eu leve a Verdade;
Onde há desespero, que eu leve a Esperança;
Onde há tristeza, que eu leve a Alegria;
Onde há trevas, que eu leve a Luz.

Oh Mestre, faze que eu procure menos
Ser consolado do que consolar;
Ser compreendido do que compreender;
Ser amado do que amar.

Porquanto
É dando que se recebe;
É perdoando que se é perdoado;
É morrendo que se ressuscita para a Vida Eterna"
(Manuel Bandeira)


ou


Oração de São Francisco

Senhor! Fazei de mim um instrumento da vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor.
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão.
Onde houver discórdia, que eu leve a união.
Onde houver dúvidas, que eu leve a fé.
Onde houver erro, que eu leve a verdade.
Onde houver desespero, que eu leve a esperança.
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria.
Onde houver trevas, que eu leve a luz.

Ó Mestre, fazei que eu procure mais:
Consolar, que ser consolado;
Compreender, que ser compreendido;
Amar, que ser amado
Pois é dando que se recebe.
É perdoando que se é perdoado.
E, é morrendo que se vive para a vida eterna.
(Oração de São Francisco de Assis, tal como decoramos desde pequenos)

Procurar mais ou buscar menos??? É melhor ser agente ou ser paciente??? Mais perguntas sem respostas!!!

Paz e Bem!!!

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Um menino e um velho

Essa semana eu fiquei feliz em saber que um coração ainda insiste em pulsar aqui dentro, que, apesar de todas as leituras sobre a teorias sociais, tive a prova de que ainda sou capaz de olhar para o lado e reconhecer o ser humano, com suas mazelas e sonhos. A ciência e a busca de explicação racional para todas as coisas tendem a endurecer seus adeptos, e, quando menos esperamos já naturalizamos certas situações que antes nos fazia gritar e espernear (infelizmente, conheço gente assim, que acabou se transformando no "homem de lata", de O mágico de Oz).
Aos poucos, nos acostumamos a não enxergar as crianças nas sinaleiras, as pessoas idosas atrás da gente nas filas, as grávidas em pé dentro dos ônibus, os deficientes que precisam de ajuda, e por aí vai... Semana passada, vi uma cena que me chocou e me entristeceu muito: eu estava dentro de um ônibus parado no semáforo, quando uma criança de, aproximadamente, seis anos, surgiu de outra esquina e começou a fazer malabares para os carros parados. Antes de começar a performance ela se abaixou e deu um beijo na frente do primeiro carro; a motorista não percebeu esse ato e sequer olhou para para o lado quando o menino pedia "um trocado", os demais carros também não deram atenção, até que o sinal ficou verde e a vida seguiu... Será, mesmo???
Outra situação que me perturbou, bastante, aconteceu hoje pela manhã: eu estava mais uma vez dentro de um ônibus (um espaço sui generis para reflexão,rs) quando, mais uma vez, o sinal de outra avenida ficou vermelho, um homem aparentando mais de sessenta anos, que poucos segundos antes se encontrava sentado no meio fio bebendo água ao lado de uma manga rosa madura, passou pelos carros parados pedindo dinheiro, dessa vez o transporte que eu estava seguiu e não pude ver o que se sucedeu...
Não sou a favor de medidas assistencialistas, acredito que ao invés de "dar o peixe" é necessário "ensinar a pescar". Aqui, porém, não questiono o fato de dar ou não dar dinheiro (eu também não sou adepta a esmolas, nem para ajudar a quem pede, muito menos para conseguir lugar no céu, como certa vez tentaram me dizer), o que mais me chamou atenção nessas duas situações narradas foram as formas que aconteceram e os atores envolvidos: um ser a ser formado e um outro que já deu sua contribuição para a sociedade.
O que será que significa para essa criança o ato de beijar a frente do carro? Como será que eles se sentem ao ser ignorados várias vezes durante o dia por diversas pessoas diferentes? Será que o menino é punido por não conseguir atingir uma determinada quantia de dinheiro? Será que ele continua tendo os sonhos e desejos comuns as crianças? Qual será seu futuro? Como foi o passado do idoso que depende de estranhos e da sua própria sorte? Como vencer as dores e dissabores comuns a idade? Como eles enxergam a vida? O que pode ser feito?
Perguntas que não serão encontradas em livros e, sequer, serão formuladas por corações endurecidos... não tenho respostas! Mas, não quero nunca perder o olhar sensível e a mente inquieta para para fazê-las, mesmo que pensar nisso seja difícil, doloroso e revoltante por demonstrar a minha limitação...

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Aprendendo a viver e a não ter medos

"Sim, estou chorando. Choro por você. Choro por isto. Choro pela beleza, por um pôr-do-sol e uma gaivota. Choro quando um homem tortura seu irmão... quando se arrepende e pede perdão... quando o perdão é recusado... e quando é concedido. A gente ri. A gente chora. Dois traços exclusivamente humanos. E o principal na vida, meu caro Harold, é não ter medo de ser humano."
(Ensina-me a viver. Colin Higgins)