segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Ruptura de um paradigma

Bem, não é segredo que eu sou não gosto, nem leio e, muito menos, repasso correntes (de qualquer tipo) da internet, essa repulsa não tem uma explicação racional, mas, confesso, que não me sinto nem um pouco à vontade de ser praguejada no final da leitura do texto, caso não faça o que ele pede! Mas, dessa vez, vou me render aos modismos da rede e vou repassar (e seguir todos os passos, juro!) o "selo" que eu recebi de Naty!
As regras são as seguintes:

1- Exibir a imagem do Selo

2- Exibir o link do Blog que você recebeu a indicação

3- Escolher 05 Blogs para dar a indicação e avisá-los

4- Dizer 3 coisas que me fazem feliz

Vamos lá!
1- O selo que eu recebi foi esse:

2- O blog de Natalie se chama "Escrever não é demodê" e o link é http://subanaminhamoto.blogspot.com

3- Escrever não é demodê
Tentando ser diferente
Devaneios antropológicos
Delírios Líricos
Mania de explicação

4- Quatro coisas que me fazem feliz... Será que são bens materiais ou situações? Afinal, "coisa" pode ser qualquer coisa, rs Deixe-me ver... Eu fico feliz estando com as pessoas que eu amo, quando estou escrevendo, quando ouço determinadas músicas (as escolhidas pelos vizinhos têm, na maioria das vezes, um poder contrário, mas tudo bem!), quando estou ensinando também me sinto radiante... ah, também gosto de chocolate, de cinema, de sorvete, de pôr-do-sol, de andar na areia, de ver o mar, de falar besteira...

Acho que cumprir todas as regras!rs Muito obrigada Naty, eu também fico muito feliz em acompanhar seu progresso (intelectual e pessoal) e ver você se tornar uma mulher de bem, cheia de planos e sonhos! Torço demais por você! E não se esqueça das proibições!rs

terça-feira, 23 de novembro de 2010

"Tenho em mim todos os sonhos do mundo!"

Eu tenho uma maneira muito particular de ver (e estar) o mundo, sabe como é, "de perto ninguém é normal", o problema é que, às vezes, eu não sou muito normal nem de muito longe,rs.
Eu considero importante algumas coisas que outras pessoas - a maioria delas para ser franca - consideram supérfluas. Uma delas, é minha crença de que todas as pessoas são movidas pelos seus sonhos, desde o momento do nascimento. Não me refiro, somente, àqueles quase impossíveis de serem realizados, mas (sobretudo) aqueles pequenos e cotidianos. São eles que nos motivam a dormir e esperar o dia seguinte, a sentir felicidade em estar vivo, a olhar para o lado e enxergar as coisas e os seres ao redor, e a seguir cada vez mais adiante...
É muito divertido observar uma criança, o maior sonho de meu principal objeto de estudo há um ano (exceto os brinquedos, claro!) era conseguir ler - ele morria de vontade de decifrar aquelas letras que serviam de chave para um mundo bonito e encantado - hoje, após um (longo e sofrível) ano de alfabetização, ele anseia dominar os números! Mas, o que isso tem demais? Todos nós, um dia, passamos por essa experiência, e, atire a primeira pedra aquele que, quando pequeno, não esgotou a paciência dos adultos lendo as placas nas ruas!
Com o tempo somos cobrados cada vez mais e mais, e acabamos não realizando as pequenas coisas que nos fazem felizes! Colocamos a máscara de seriedade e representamos o papel de "gente grande", como se isso valesse alguma coisa... Afinal, é muita infantilidade dar risada sem motivo, é coisa de criança cantar bem alto a música preferida (com o som no máximo e repetidas vezes! Tadinhos dos vizinhos,rs), é imaturidade pedir colo...
Mas, algumas situações fazem com que a alegria dos olhos se apague, e isso me preocupa, pois quando a luz se apaga e o desejo de viver se esvai, não há mais motivos para esperar o amanhã... Espero, sinceramente, que eu esteja errada e que o olhar perdido que observo no (muito querido) morador do andar de baixo (quase um tio), seja apenas um olhar de divagação...

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Um pouco de Ricardo Reis (Fernando Pessoa)

"PARA SER GRANDE, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive"

Uma escolha

É muito engraçado como os assuntos se repetem com certa freqüência! Em outubro, por exemplo, os temas preferenciais eram sobre borboletas e mandalas, mas mês novo assunto renovado! Ok, não há uma regra rígida para isso, e, talvez, seja só maluquice da minha cabeça, mas, recorrentemente, tenho ouvido, de várias pessoas, a pergunta: "porque você escolheu a antropologia"? Na primeira vez, tentei responder da forma mais eloqüente possível, a partir da segunda, dei meu melhor riso sem graça e tentei convencer meu interlocutor de que eu, realmente, gosto do que eu faço; depois da quarta indagação comecei a ficar desconfiada e passei a responder com outra pergunta: "por que não antropologia"? Ainda bem que, até agora, não recebi nenhuma resposta convincente...
Mas, por mais que eu finja que nada aconteceu, a sementinha da reflexão já estava plantada: porque a antropologia? Na realidade, a história começa um pouquinho antes... Aos 16 anos tive que decidir qual profissão seguiria para toda a vida, depois de muito pensar, escolhi Produção Cultural - naquela época achava que o jornalismo era minha cara! -, por sorte não passei no meu primeiro vestibular! Mais um ano estudando e, por fim, escolhi Ciências Sociais! Minha família, apesar de não entender minha escolha, nunca se opôs e esteve todo o tempo me apoiando.
Desta vez, passei e, aos 17 anos estava caminhando, a curtos passos, a longa estrada da minha carreira profissional! No primeiro dia de aula a fatídica pergunta: "Por que Ciências Sociais"? Ora, eu queria trabalhar com gente, queria entender a sociedade e minimizar suas mazelas, na verdade, eu queria mesmo era mudar o mundo! E, na minha quimera, ainda acho que posso...
Estava indo tudo muito bem, obrigada, até o ponto crítico da escolha de somente uma ciência para o bacharelado, e agora? Antropologia? Ciência Política? Sociologia? Tentei fugir, mas já tinha a resposta desde o início, não teve outro jeito: a Antropologia venceu!
Mas, porque antropologia? Admito que não tenho UMA resposta (aliás, eu nunca tenho somente uma resposta!), tenho várias! Não fiz essa escolha pensando em "dinheiro, fama e glória" (apesar de serem importantes na nossa sociedade, afinal, "alguém tem que pagar o leitinho das crianças", né?), nem em rotinas rígidas, muito menos em respostas prontas ou dados colhidos esperando ansiosamente para serem tratados!
O que mais me encanta é justamente o inesperado, a mudança brusca de planos, de métodos, de teorias! Lidar com pessoas me fascina e me amedronta ao mesmo tempo! Sou, constantemente, desafiada, tenho que rever meus planos quase que diariamente e, ao invés, de saber as respostas, tenho, antes, que buscar as perguntas!
Caminho entre o conhecido e o desconhecido, ouço a representação e observo a ação, me envolvo com a teoria e flerto com a prática, busco a resposta no outro e em mim mesma, me perco e me encontro constantemente... Eu escolhi a antropologia e, hoje, tento ser uma antropóloga! E, espero, sinceramente, que um dia eu consiga, apesar de ainda estar muito longe disso e de não ter uma resposta que convença quem me indaga. Mas, por mais que seja contraditório que seja, eu estou convencida e feliz com minha escolha, será por isso que eu não tenho uma resposta pronta? Vai saber...

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Por que uma pessoa se torna importante?

Eu fico completamente encantada quando vejo uma pessoa fazendo algo que sabe, e com paixão! Na verdade, pode ser qualquer coisa, não precisa ser nada muito difícil, engenhoso ou que dispense grandes cuidados! Isso, em grande parte, deve-se a minha crença de que cada pessoa nasce com um dom para executar determinadas tarefas e, da mesma forma que não existe alguém que saiba de tudo, também não existe aquela pessoa que não sabe de nada - se isso é verdade, eu não tenho a menor idéia, mas pelo menos é uma ótima desculpa para dar quando eu me lembro que eu não sei cantar direito, não sou uma bailarina excepcional, e outras tantas coisas mais...
Ontem eu assisti a uma aula maravilhosa! Para ser sincera, não foi muito bem uma aula, e o professor (que eu já conheço de outros carnavais), além de ser indiscutivelmente bom no que faz, me impressionou por fazer uma explanação diferente - muito diferente - de como fazer um projeto de pesquisa. Mas, apesar disso, o que mexeu comigo foi o título de um dos slides: "Por que uma pessoa se torna importante"?
Fiquei pensando nisso quando li, depois ouvi o que ele disse a respeito e, posteriormente, pensei mais e mais!!! E, por fim, não cheguei a uma resposta conclusiva!!!
Uma pessoa se torna importante e especial sem explicação racional! Simplesmente acontece! Na maioria das vezes, nem percebemos quando isso ocorre, quando nos damos conta, ela já faz parte da nossa vida e da nossa história! Simples assim!!!
Às vezes, é tão bom ser imperfeita: posso chegar a essa conclusão de forma simples, sem grandes devaneios, e buscar as respostas, a cada dia e a qualquer momento, com as pessoas que julgo importantes para mim, que, até ontem, poderiam ainda não ser e, amanhã poderão deixar de ocupar esse posto... a vida é fugaz e mutável!!!

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Tempos Modernos (Lulu Santos)


Eu vejo a vida melhor no futuro
Eu vejo isso por cima do muro
De hipocrisia que insiste em nos rodear
Eu vejo a vida mais farta e clara
Repleta de toda a satisfação
Que se tem direito
Do firmamento ao chão
Eu quero crer no amor numa boa
E que isso valha prá qualquer pessoa
Que realizar a força que tem uma paixão
Eu vejo um novo começo de era
De gente fina, elegante e sincera
Com habilidade pra dizer mais sim do que não
Hoje o tempo voa amor
Escorre pelas mãos
Mesmo sem se sentir
E não há tempo que volte amor
Vamos viver tudo o que há prá viver
Vamos nos permitir

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Décima elegia

A mais complexa elegia ficou para o fim! Na décima parte do livro, Rilke nos reserva um cenário que oscila entre o encantamento e o desencantamento com o mundo em situações cotidianas, o que indica a sua própria maneira de enxergar o mundo a sua volta. Para entender as metáforas contidas nesse poema, assim como as imagens nele presente, é necessário ler os anteriores, visto que todos os temas abordados durante o livro são agora retomados.
A esperança de que o chamado ao Anjo seja atendido persiste, assim como o desejo de que todo o pranto e as dores sejam curados. O dinheiro, que tudo compra - até mesmo diversão! -, não é capaz de findá-los! Isso cabe somente ao Anjo, caso ele nos escute... E assim, a vida continua: “as crianças brincam, os amantes se ignoram, graves, sobre a erva rala e os cães seguem a natureza. Para mais longe sente-se o jovem atraído; ama talvez uma jovem”.
A Lamentação acompanha a cena e as pessoas e, em tudo, ela está presente e fala a um jovem curioso: “nós fomos, diz ela, uma grande raça, outrora. […] Outrora fomos ricos. E ela o conduz através da ampla paisagem das Lamentações, mostra-lhe as colunas do templo e as ruínas de antiqüíssimos castelos: lá viviam os sábios príncipes que dominavam outrora”. E o passeio continua a encantar o jovem, que, apaixonado, deixa sua própria vida para seguí-la...
“Solitário, ele ascende à montanha da dor original. E nem uma só vez seu passo ressoa no destino insonoro. […] E nós que imaginamos a ventura em ascensão, sentiríamos uma ternura imensa, quase perturbadora, quando uma coisa feliz cai”.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Nona elegia

Mais uma vez, Rilke usa uma imagem como inspiração; se, na quinta elegia o recurso foi o quadro de Picasso, agora são os loureiros dos jardins de Duíno que incentivam o poeta a escrever. E, novamente a complexidade do simples... “Oh, não porque a felicidade exista, essa prematura dádiva de uma perda iminente. Não por curiosidade ou exercício do coração que lá poderia estar, no loureiro...”
A brevidade das coisas (e das pessoas) inquietam o escritor diante da imponente presença das árvores à sua frente: “mas porque estar-aqui é excessivo e todas as coisas parecem precisar de nós, essas efêmeras que estranhamente nos solicitam. A nós, os mais efêmeros. UMA vez cada uma, somente UMA vez. UMA vez e nunca mais. E, nós também, UMA vez, jamais outra. Porém este ter sido UMA vez, ainda que apenas UMA vez, ter sido TERRESTRE, não parece revocável”.
Escolher uma coisa, em detrimento de outra, é muito angustiante e difícil, uma vez que, o tempo não volta... Ele sempre segue adiante! Somos nós que temos que nos moldar a ele e, se necessário, parar tudo e refazer uma nova escolha e trilhar outros caminhos...
Perguntas, escolhas, medos, sensações de tempo perdido e de opções erradas... Tudo nos escorre pelos dedos e não conseguimos contê-los “em nossas simples mãos”. Recuar ou jogar-se? Falar ou calar? Amar ou não amar? Contemplar ou fechar os olhos? Conhecido ou desconhecido? Humano ou divino? Isto ou aquilo?
“Cada vez mais dissipam-se as coisas que ao nosso lado viviam e em seu lugar se instala um Fazer sem Imagem. Fazer, que tenta destruir a crosta limitante, quando a ação se desenvolve e toma novos contornos”.
Ao Anjos cabe os louvores do mundo e não o indizível; o que não é dito deve ser mostrado ou então guardado para si mesmo (mais uma escolha!), isto aliado ao fato de que Ele não se preocupa conosco... E, somente a Terra nos pertence!
“Que em nossos corações invisíveis se cumpra a sua metamorfose – infinitamente – quem quer que sejamos! […] Vivo. De quê? Infância ou futuro não decrescem... Uma caudalosa existência transborda em meu coração”.