sexta-feira, 23 de março de 2012

"O amor e a fome movem o mundo"

O poeta alemão Schiller conseguiu classificar os dois principais motores das ações humanas no verso acima. Tanto o amor quanto a fome nos impulsiona a sair do estado de quietude e ir em busca de novos caminhos; de maneira similar, ambos influenciam, diretamente, os estados de humor e modos de enxergar o mundo, enquanto o primeiro faz as coisas parecerem mais leves e coloridas, o segundo torna os acontecimentos tristes, sombrios e pesados.
Outros aspectos ainda podem ser explorados, como por exemplo, a relação que estabelecemos entre as pessoas - e/ou cenas cotidianas - e os alimentos: se uma criança é bem-comportada, dizemos que ela é "um DOCE de criança"; por outro lado, se lhe sobra energia e ela não pára quieta, como não dizer que ela é "uma PIMENTINHA"? Se alguém marca um compromisso e não aparece, levamos um BOLO! Quando o dia está extremamente quente, normalmente, suamos feito um CUSCUZ! Quando uma pessoa é depressiva, só fala fatalidades e não tem amigos, dizemos que ela é AMARGA! Isso sem falar dos apelidos carinhosos: DOCINHO DE COCO, CHUCHUZINHO (que perdeu toda a referência quanto a origem francesa), e por aí vai...
Algumas das principais revoluções da História foram ocasionadas pela fome do povo, além dos estados de miséria e exploração do homem pelo homem. A fome, neste caso, não é aquela sensação existente no intervalo entre as refeições, mas sim, a total (ou parcial) ausência de alimentos que põe em risco o bom funcionamento do corpo humano, algumas vezes ocasionando a morte.
O amor e a fome nos impedem de pensar, de agir racionalmente e, principalmente, nos fazem sair de um estado de letargia e ir em busca daquilo que pode nos saciar e acabar com toda a esperar sem fim, seja a pessoa amada, seja um suculento prato de comida!