segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Hoje...


Hoje eu me sinto só. E não é uma solidão boa. Sinto-me refém de minhas escolhas. Prisioneira das opções que eu fiz em um tempo que achei que seria bom para mim, talvez até seja um dia, mas hoje já não é. Estou sem amigos e sem pessoas que só desejam seu bem. Não tenho quem abraçar e estou tendo que me contentar com conversas virtuais que deixam meus dias menos pesados e insuportáveis. Hoje eu me sinto só. E não é uma solidão boa, daquelas que a gente necessita para colocar os pensamentos em dia ou, simplesmente, para digerir os inúmeros acontecimentos do dia. Estou saudosa de um cumprimento sincero, de um beijo carinhoso ou um abraço apertado. Um sorriso inesperado do meio da rua, ou a doce alegria de encontrar um velho conhecido inesperadamente dentro do ônibus, na calçada, nos corredores. Hoje eu me sinto só. E não é uma solidão boa, daquelas que gente só precisa de um tempo para cuidar do corpo, da saúde, da cabeça. É uma solidão quase insana, é uma solidão de espaço compartido. É quando você não é dona mais do seu espaço e se sente uma intrusa em sua própria casa. Hoje tenho que esconder minhas pequenas conquistas para me proteger, tenho que camuflar minha trajetória que tanto me orgulha, tenho quase que demonstrar uma alegria que não me pertence e, tenho que fingir que está tudo bem, afinal, sou uma privilegiada de poder ter o que eu planejei a curto prazo (a parte trabalhosa e as escolhas difíceis não são levadas em conta, foi tudo uma questão de “sorte”). Hoje eu me sinto só. E a vida segue. A chuva cai. O frio aumenta. As folhas são levadas pelo vento. Pessoas chegam, pessoas vão, enquanto eu fico, enquanto eu fico, enquanto eu fico...

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Pôres do sol (ou para não me esquecer de que em eu sou...)

Baiona
 

Baiona
 

Santiago de Compostela
 

Santiago de Compostela

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Global Travel Assistance

A internet é um excelente caminho para denunciar serviços, mas, muitas vezes, nos esquecemos de tecer elogios com a mesma intensidade com que atacamos os prestadores destes. Desta forma, quero elogiar a eficiência, agilidade e atenção dos funcionários da empresa de seguro-saúde GTA (Global Travel Assistance). Confesso que quando me vi obrigada a contratar um plano de seguro-saúde, minha primeira reação foi "para que eu vou querer isso? Dificilmente usarei!", mas como era uma exigência tanto do consulado espanhol quanto da CAPES fui obrigada a fazer. Fui até uma agência de viagem e conheci a GTA, o preço era extremamente atrativo e eu resolvi fazer este seguro-saúde por sete meses. No mês passado precisei de atendimento médico (nada grave!) e resolvi entrar em contato com a GTA para ver se seria possível encontrar um médico na cidade em que eu estou. Enviei uma mensagem  pela internet (na parte de "fale conosco") solicitando informações sobre como proceder para a marcação de consulta; duas horas depois um atendente entrou em contato comigo por telefone, perguntando o que eu estava sentindo e pedindo meu endereço para que a consulta fosse marcada em uma clínica mais próxima de minha casa (além de minhas opções de dias e horários para a consulta), disse, ainda, que em até 50 minutos a filial espanhola entraria em contato comigo para confirmar a marcação. Em exatos 50 minutos ligaram novamente do Brasil indagando se a filial tinha entrado em contato comigo, como eu respondi que não, eles me deram um novo prazo de quinze minutos para que isso acontecesse. De fato, poucos minutos depois, uma atendente espanhola (de Madri) me ligou perguntando o que eu estava sentindo e me deu duas opções: ou eu poderia ir até a emergência ou poderia esperar até o dia seguinte (era cerca de 21:00 hrs) para uma consulta no primeiro horário em uma clínica associada com a seguradora. Disse que poderia esperar até o dia seguinte, e a consulta foi agendada para o primeiro horário em uma clínica médica daqui de Santiago de Compostela, cidade em que estou morando atualmente. Logo depois do horário agendado para a consulta, entraram novamente em contato comigo, por e-mail perguntando como eu estava me sentindo e como tinha sido a consulta, qual tinha sido o diagnóstico e se eu precisava de mais algum serviço, salientando que em caso de nova necessidade eu poderia ligar para um número que funcionava 24 horas (saliento que meu primeiro contato aconteceu pela internet, e foi bem eficiente!). O seguro-saúde contratado por mim também permite o reembolso das despesas com medicamentos, mas como o valor do remédio foi muito baixo, optei por não pedir, afinal, eu gastaria mais com o envio de documentos por correio do que com o valor do remédio. Este texto não se trata, de nenhuma forma, de propaganda, mas achei interessante compartilhar minha experiência, sobretudo porque tive muita dificuldade de encontrar referências sobre os serviços das operadoras de seguro-saúde para viagens no exterior, principalmente porque a maioria das pessoas que o contratam acabam não precisando usar... E ser prontamente e bem atendida enquanto estamos sozinhas e doentes em um país estrangeiro merece ser dividido e elogiado!

domingo, 7 de setembro de 2014

Botar de menos

Acredito que sentir saudade é um sentimento único para todas as pessoas do mundo, no entanto, as formas como as pessoas a expressam e a nomeiam diferem a depender da cultura e, lógico, do idioma. Definir saudade para um falante da língua portuguesa é uma tarefa muito difícil, podemos dizer que é sentir falta de alguém, de algo ou de uma situação; podemos também afirmar que é um sentimento que dói e que nos faz triste, podemos falar que é uma sensação muito ruim, ou nostálgica, ou até uma coisa boa (vai saber?). Existe uma expressão na língua galega que me fez pensar sobre essas diferente faces desse sentimento, trata-se de "botar de menos", podemos utilizar essa expressão tanto para sentir falta de alguma coisa (como por exemplo um objeto esquecido) como para referir-se a própria saudade. Fiquei divagando sobre "botar de menos", e cheguei a conclusão que trata-se de algo bastante poético, afinal, a ausência de uma pessoa (ou coisa, ou situação) faz com que nos sintamos menos completos do que éramos quando estávamos juntos; é como se estivesse faltando uma parte da gente, e devo, salientar, uma parte importante que nos fazia plenos. Eu tenho me "botado" de menos a cada dia, e por vezes, de tanto ter uma parte diminuída me sinto pequena, quase nada; mas, apesar te ter uma parte retirada (mesmo que momentaneamente), sei que necessito ser forte e me agarrar aos momentos em que era completa e me preencher até me sentir novamente completa (cheia). Em alguns instantes me sinto bem, mas hoje, por exemplo, me sinto de menos...

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Uma casa ou um lar?

Nós, seres acadêmicos sem coração, temos a mania de categorizar e diferenciar palavras que no senso comum são sinônimos, fazemos isso com cozinha e culinária, com comida e refeição, com casa e lar... Desde os tempos em que era bolsista de iniciação científica fui doutrinada a perceber a "gritante" diferença entre uma casa e um lar; em linhas gerais, casa refere-se a construção física em si, enquanto o lar envolve, a grosso modo, as relações de afeto e cuidado existentes entre os moradores. Dessa forma, é possível haver uma casa e não existir um lar. As concepções de lar e de casa vão muito além das relações familiares, tanto é factível que uma família resida em uma casa, quanto um grupo de pessoas sem relações consanguíneas e de aliança constituam um lar. Eu, que já vivi em um lar, mas que agora resido em uma casa (e conto os minutos para voltar a morar em um lar), posso relatar alguns exemplos que demonstram exatamente o que eu quero dizer. A concepção de lar está intimamente relacionada a questão alimentar (tanto que lar em castelhano significa hogar, o mesmo que lareira), desde o preparo do alimento até o seu consumo; nesse sentido, um leitor precipitado pode interpretar que está havendo uma redução dos lares, já que as famílias cada vez menos socializam, durante as refeições devidos aos diversos compromissos que a sociedade moderna nos impõe, devo alertá-lo que não entrarei aqui nessa discussão já que, devido a sua complexidade, ela merece um post inteiro (quem sabe outro dia?). Recentemente, vivi a experiência de ter duas panelas pequenas de macarrão (do mesmo tipo: penne) cozinhando no fogão, dificilmente isso aconteceria em um lar, seria sim possível duas panelas de macarrão cozinhando simultaneamente, mas possivelmente elas seriam de tipos diferentes, visando a satisfação de distintos gostos alimentares entre os comensais. Extrapolando o âmbito alimentar, o cuidado com o outro está presente somente no lar, não refiro-me ao cuidado exclusivamente como formas de carinho, afeto ou algo mais emocional, refiro-me ao seu sentido mais superficial, como o fato de questionar se o outro está bem (pois está com uma aparência abatida, por exemplo), se precisa de alguma coisa, se pode ajudá-lo em alguma tarefa. Neste sentido, o cuidado que descrevo pode ser confundido com algumas regras de convivência, na verdade, eu acredito que o respeito por essas regras, além de sinal de educação e altruísmo, também significa esse "cuidado" a que me refiro, pois ao respeitar o lugar do outro, eu demonstro que me preocupo com seu bem-estar. Quando compramos ou alugamos um apartamento, ele é somente uma casa, que aos poucos pode se tornar um lar ou continuar sendo uma casa, no seu sentido mais literal. Quem possibilita essa mudança ou permanência são os moradores. Mas, em que categoria se enquadram as pessoas que moram sozinhas, e portanto, não tem outras pessoas para estabelecerem relações? Sinceramente, eu não sei responder essa pergunta (mais uma vez, me questiono sem poder dar resposta!), mas como é possível constituir uma família unipessoal, também acredito que é possível ter um lar formado por uma única pessoa, desde que ela tenha esse cuidado e esse carinho por si mesma e com as demais pessoas que a rodeiam. A única resposta que eu tenho é que não sei viver em casas, necessito de lares para me sentir plena e feliz, preciso cuidar e ser cuidada, e estou certa que isso, além de uma característica pessoal, faz parte da cultura a qual pertenço.

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

"Somos pássaro novo longe do ninho"

Quando estamos longe de casa nos damos conta de como nos habituamos com certas situações, e como elas nos dão uma sensação, muito boa, de conforto e segurança. Eu sou um paradoxo ambulante: ao mesmo tempo em que gosto viajar, gosto, mais ainda, de voltar para minha casa, para minha cama e para o meu cheiro, ou seja, já tinha muito claro que, definitivamente, eu não nasci para viver em hotel; a ausência de uma cozinha e a rotina de café da manhã, troca de roupas, chaves na recepção e sorrisos falsos de bom dia, boa tarde, boa noite me irritam. Mas, o que eu, ainda, não sabia era a inesquecível e inexplicável experiência de dividir apartamento com mil pessoas aleatórias! Ok, não são mil pessoas, o apartamento que eu estou morando atualmente só tem SEIS quartos e capacidade para receber OITO pessoas simultaneamente - já que dois quartos possuem cama de casal. Hoje eu não vivo num lar, vivo numa casa no sentido mais puro da palavra. Durante o semestre letivo, talvez ela se torne um pouco um lar, já que seus moradores são fixos e compartilham uma rotina e momentos de sociabilidade. Mas, como estamos nas férias, os moradores são flutuantes e incertos. Desde que eu cheguei já vi seis pessoas diferentes chegarem e partirem, e sequer soube seus nomes, eles foram apenas rostos que se cruzavam rapidamente em áreas comuns, para logo se isolarem em seus quartos e viverem em seus universos particulares. Inicialmente, eu estranhei muito esse comportamento, mas hoje, confesso que fico feliz quando isso acontece, afinal a minha individualidade e o meu espaço também são preservados, sobretudo depois que tentaram entrar em meu quarto, imaginando que estava vazio, para mexer em minhas coisas... Ou ainda, a indescritível sensação de acordar e encontrar a cozinha imunda e cheia de louça suja na pia, ou então, não encontrar garfo em nenhuma das gavetas ou escorredor, porque todos estão sujos dentro de um dos quartos. Também tem a questão dos distintos hábitos individuais, ok que isso cheira a Antropologia e merece uma interpretação mais apurada, mas dane-se o altruísmo quando inventam de ouvir música alta, lavar roupa, discutir relação por skype e cozinhar entre as 11 da noite e as 4 da manhã! No entanto, estaria sendo extremamente injusta se não pontuasse os fatores positivos dessa experiência, também há pessoas doces e simpáticas com as quais consegui estabelecer algo muito próximo de uma amizade, uma delas só passou um final de semana, mas a outra continua aqui, e permanecerá mesmo depois que eu for embora (ela já está morando em seu quarto há mais de cinco anos), também devo reconhecer o cuidado da dona (sobretudo depois do episódio do relato da tentativa de entrar nos quartos) que vem várias vezes por semana ver se estamos todos bem e se estamos precisando de alguma coisa. Aos poucos estou me acostumando com tudo isso, mas conto os dias para novamente viver em um lar (mesmo que ainda não seja o MEU lar).

quinta-feira, 24 de julho de 2014

O primeiro texto (de muitos que virão)

Durante alguns dias estive pensando se deveria postar, ou não, pelos próximos meses; se por um lado, escrever ajuda a externalizar (e portanto compreender) tudo o que passa dentro da gente, por outro, ler as angústias e os medos de quem está longe faz com que quem ficou se preocupe demasiadamente, afinal as palavras escritas nem sempre podem ser explicadas, e claras, como as palavras faladas, pelo menos não com a mesma velocidade... Apesar de estar ciente de todos os perigos, decidi começar a escrever, sobretudo para fazer um diário de minhas descobertas e estranhamentos, não somente com o mundo ao redor, mas comigo mesma, afinal, tenho descoberto muitas coisas (positivas e negativas) sobre mim; descobri, por exemplo, que posso ser (e tenho sido) mais forte do que eu poderia imaginar, e também mais emotiva do que me lembrava que era. Tenho lembrado a sensação de adormecer cansada depois de chorar de saudade, ficar monossilábica (e às vezes mentir) para não preocupar e olhar o novo como uma criança, além, é claro de fazer perguntas completamente idiotas, por puro desconhecimento, "como eu faço para colocar as roupas para lavar?", "como eu faço para poder pegar um ônibus?", "como é o nome daquele negócio que a gente coloca quando faz uma bolha no pé?", "como eu faço para pegar este livro na biblioteca?" o que é isso? Como faz aquilo? O que significa essa palavra? E essa expressão? E, confesso que não tenho qualquer problema em fazer este tipo de pergunta, seja lá quem for o interlocutor, afinal, cresci ouvindo que "perguntar não ofende"! Se eu não sei, tenho que perguntar, simples assim! Brinco que não estou sofrendo choques culturais, estou sofrendo verdadeiras descargas elétricas! Mas, isso fica para um segundo, ou um terceiro, quarto, quinto, texto...

quarta-feira, 18 de junho de 2014

"embarquei minha filha no navio
e disse, minha filha vai
disse, minha filha vai descobrir
o que há do outro lado do mar
embarquei e disse, vai
minha filha, descobrir o que há
que não se pode contar
disse, vai e olha com teus olhos
o que amor nenhum pode detalhar
vai, minha filha, sonhar
e conhecer o melhor do mundo para melhor navegar
disse, vai, minha filha
atravessar as fronteiras e encontrar
o que existe do lado de lá, eu disse
vai, que eu fico te esperando aqui
minha filha, eu fico te aguardando
eu disse, vai que eu guardo teu lugar" 

(Martha Medeiros; 2011: 121-122)

sábado, 12 de abril de 2014

hoje eu sonhei tão alto
que as aves na minha janela pousaram
e pediram que eu sonhasse mais baixo
porque elas lá em cima voavam

(Martha Medeiros)
quando chegar aos 30
serei uma mulher de verdade
nem Amélia nem ninguém
um belo futuro pela frente
e um pouco mais de calma talvez

e quando chegar aos 50
serei livre, linda e forte
terei gente boa do lado
saberei um pouco mais do amor
e da vida quem sabe

e quando chegar aos 90
já sem força, sem futuro, sem idade
vou fazer uma festa de prazer
convidar todos que amei
registrar tudo que sei
e morrer de saudade

(Martha Medeiros)

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Os seis mais

Recentemente, me deparei com um desses desafios da internet que pedia para fazer uma lista com os dez livros que mais me marcaram e, ao lado dos títulos, escrever um breve resumo da obra e a justificativa da eleição. Na hora pensei que pudesse ser uma boa brincadeira, mas logo depois desisti, pois, além de não conseguir eleger somente dez livros (obsessão-por-livros-mode-on), nunca conseguiria descrevê-los em poucas linhas (assumo meu lado prolixo). Por esta razão, decidi fazer aqui, pelo menos não terei que seguir regras e muito menos quantidade de linhas!!! :)
Em tempo, não seguirei uma ordem de importância, logo, as posições serão escolhidas aleatoriamente, a medida que me lembrar dos títulos e dos autores. também não escreverei somente um post, seis livros por vez é uma boa média para não ficar grande demais, nem chato demais.
01) Ensina-me a viver (Colin Higgins): descobri este livro depois de assistir a peça homônima; na verdade, eu gostei tanto da peça que duvidei que o livro pudesse acompanhá-la... Resumindo, o livro é tão bom quanto a peça! Já reli algumas vezes e, a cada nova leitura descubro novas coisas e fico cada vez mais encantada com a história de Maude e Harold: a mudança na trajetória deles, as diferentes visões de mundo, o amor e as amarras sociais que nos prendem e nos sufocam, nossas decisões egoístas, nossas escolhas altruístas, os ensinamentos, os aprendizados...
02) Memórias de minhas putas tristes (Gabriel García Marques): sei que é covardia falar de García Marques, sou completamente apaixonada por ele! A simplicidade (e complexidade) de suas histórias fazem o tempo parar (literalmente) e nascer o abandono quando o livro acaba... Este livro é simplesmente lindo! Fala de amor, de escolhas, de erros, acertos e, sobretudo, das surpresas que a vida pode nos reservar quando pensamos que já sabemos de tudo, e que temos completo domínio sobre ela (também já reli algumas vezes, mania besta...)
03) De olho nas penas (Ana Maria Machado): é uma característica pessoal, mas não gosto de me sentir obrigada a fazer absolutamente nada! Li este livro, pela primeira vez, na oitava série e ODIEI, é claro! Mas, depois de alguns anos reli, com mais carinho, e me dei conta que ele influenciou minha escolha profissional, apesar de não ter tido consciência disso... A narrativa pode ser considerada complexa para uma literatura infanto-juvenil, mas planta sementes que podem ser promissoras no futuro, ela fala de arranjos familiares, ditadura, relações políticas, exploração, guerras, altruísmo, multiculturalismo, etnicidade... Enfim, ele me fez, pensar, refletir, pesquisar e estudar sobre as penas DO MUNDO!
04) Dom Casmurro (Machado de Assis): este é mais um da categoria "obrigação de ler". Também tive que ler na escola, e mais uma vez, sofri para fazer isso (principalmente, porque tinha que fazer um trabalho para nota). Novamente, mudei de opinião após reler por livre, e espontânea, vontade! Machado de Assis dispensa elogios, mas a forma com que ele conduz esta narrativa é fantástica! Até hoje eu penso que Capitu não traiu Bentinho e que o Dom Casmurro é um louco ciumento que ver chifre em cabeça de cavalo.
05) O pequeno príncipe (Antoine de Saint-Exupery): sim, sou preconceituosa em relação a livros! Sim, ouço opinião alheia! Sim, cresci ouvindo que esse livro era muito fútil e resposta clichê para miss... Mas, isso mudou quando, depois de adulta, li pela primeira vez e descobri que ele é tudo, menos fútil! Leitura difícil, até... E quem diz, que ele é superficial, simplesmente não conseguiu entender e desistiu de fazê-lo! Reli duas, três, quatro, dezenas de vezes... Já discuti em sala de aula com estudantes do ensino médio... E a cada nova leitura, descubro metáforas escondidas e sou levada a interpretações inéditas...
06) Poesia reunida (Martha Medeiros): além da declaração acima, também tenho que confessar que receio unanimidades. Quando muitas pessoas falam de um autor, tenho medo de criar expectativas e me frustar depois... Há milhares de pessoas no Facebook que escrevem citações de Martha Medeiros, e isso me assustou muito... nunca tinha lido absolutamente nada dela (nem artigos no Jornal A Tarde), por pura desconfiança desta repercussão nas redes sociais, e para minha (boa) surpresa, ela é muito boa! Li o livro em duas horas e fui buscando outros, outros e outros... Ela consegue escrever de forma simples, bela e instigante... virei fã! mas, ainda não postei nada dela no facebook,rs

terça-feira, 7 de janeiro de 2014