sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Os seis mais

Recentemente, me deparei com um desses desafios da internet que pedia para fazer uma lista com os dez livros que mais me marcaram e, ao lado dos títulos, escrever um breve resumo da obra e a justificativa da eleição. Na hora pensei que pudesse ser uma boa brincadeira, mas logo depois desisti, pois, além de não conseguir eleger somente dez livros (obsessão-por-livros-mode-on), nunca conseguiria descrevê-los em poucas linhas (assumo meu lado prolixo). Por esta razão, decidi fazer aqui, pelo menos não terei que seguir regras e muito menos quantidade de linhas!!! :)
Em tempo, não seguirei uma ordem de importância, logo, as posições serão escolhidas aleatoriamente, a medida que me lembrar dos títulos e dos autores. também não escreverei somente um post, seis livros por vez é uma boa média para não ficar grande demais, nem chato demais.
01) Ensina-me a viver (Colin Higgins): descobri este livro depois de assistir a peça homônima; na verdade, eu gostei tanto da peça que duvidei que o livro pudesse acompanhá-la... Resumindo, o livro é tão bom quanto a peça! Já reli algumas vezes e, a cada nova leitura descubro novas coisas e fico cada vez mais encantada com a história de Maude e Harold: a mudança na trajetória deles, as diferentes visões de mundo, o amor e as amarras sociais que nos prendem e nos sufocam, nossas decisões egoístas, nossas escolhas altruístas, os ensinamentos, os aprendizados...
02) Memórias de minhas putas tristes (Gabriel García Marques): sei que é covardia falar de García Marques, sou completamente apaixonada por ele! A simplicidade (e complexidade) de suas histórias fazem o tempo parar (literalmente) e nascer o abandono quando o livro acaba... Este livro é simplesmente lindo! Fala de amor, de escolhas, de erros, acertos e, sobretudo, das surpresas que a vida pode nos reservar quando pensamos que já sabemos de tudo, e que temos completo domínio sobre ela (também já reli algumas vezes, mania besta...)
03) De olho nas penas (Ana Maria Machado): é uma característica pessoal, mas não gosto de me sentir obrigada a fazer absolutamente nada! Li este livro, pela primeira vez, na oitava série e ODIEI, é claro! Mas, depois de alguns anos reli, com mais carinho, e me dei conta que ele influenciou minha escolha profissional, apesar de não ter tido consciência disso... A narrativa pode ser considerada complexa para uma literatura infanto-juvenil, mas planta sementes que podem ser promissoras no futuro, ela fala de arranjos familiares, ditadura, relações políticas, exploração, guerras, altruísmo, multiculturalismo, etnicidade... Enfim, ele me fez, pensar, refletir, pesquisar e estudar sobre as penas DO MUNDO!
04) Dom Casmurro (Machado de Assis): este é mais um da categoria "obrigação de ler". Também tive que ler na escola, e mais uma vez, sofri para fazer isso (principalmente, porque tinha que fazer um trabalho para nota). Novamente, mudei de opinião após reler por livre, e espontânea, vontade! Machado de Assis dispensa elogios, mas a forma com que ele conduz esta narrativa é fantástica! Até hoje eu penso que Capitu não traiu Bentinho e que o Dom Casmurro é um louco ciumento que ver chifre em cabeça de cavalo.
05) O pequeno príncipe (Antoine de Saint-Exupery): sim, sou preconceituosa em relação a livros! Sim, ouço opinião alheia! Sim, cresci ouvindo que esse livro era muito fútil e resposta clichê para miss... Mas, isso mudou quando, depois de adulta, li pela primeira vez e descobri que ele é tudo, menos fútil! Leitura difícil, até... E quem diz, que ele é superficial, simplesmente não conseguiu entender e desistiu de fazê-lo! Reli duas, três, quatro, dezenas de vezes... Já discuti em sala de aula com estudantes do ensino médio... E a cada nova leitura, descubro metáforas escondidas e sou levada a interpretações inéditas...
06) Poesia reunida (Martha Medeiros): além da declaração acima, também tenho que confessar que receio unanimidades. Quando muitas pessoas falam de um autor, tenho medo de criar expectativas e me frustar depois... Há milhares de pessoas no Facebook que escrevem citações de Martha Medeiros, e isso me assustou muito... nunca tinha lido absolutamente nada dela (nem artigos no Jornal A Tarde), por pura desconfiança desta repercussão nas redes sociais, e para minha (boa) surpresa, ela é muito boa! Li o livro em duas horas e fui buscando outros, outros e outros... Ela consegue escrever de forma simples, bela e instigante... virei fã! mas, ainda não postei nada dela no facebook,rs