Algumas situações, por mais que saibamos que um dia irão acontecer, são muito difíceis de serem superadas. Tentamos encontrar razões tolas (e muitas vezes fantasiosas) para explicá-las, tentando minimizar o sofrimento e a dor; buscamos acreditar em clichês ("um dia isso vai passar", "foi melhor assim"), e pensamos... ah, como pensamos! A cabeça parece que ganha vida própria e não pára nem um segundo, por vezes, não somente relembra o passado, mas também o recria, de forma mais colorida e, por isso mesmo, mais dolorida...Até pouco tempo, confesso, não sabia o que significava uma perda definitiva. Ainda hoje trago feridas que ainda não cicatrizaram por completo (elas sangram em determinadas situações: um gesto, uma música, um cheiro, um livro...), mas o tempo, aos poucos, se encarrega de transformar a dor da perda em saudade.
Numa interpretação muito particular, descobri que são necessárias atitudes menos egoístas: por amar demais as pessoas é preferível vê-las partir do que ficar sofrendo, mesmo quando elas foram responsáveis (ou pelo menos em grande parte responsáveis) pelo o que nos tornamos, ou ainda, quando foram exemplos próximos de tudo o que desejamos ser.
Nessas andanças, também aprendi que para sempre ficam os ensinamentos, as risadas, as lágrimas, as palavras, os abraços, as broncas, os gritos, os afagos, o incentivo, a proteção, a preocupação, a euforia, o exemplo e a torcida. E, fica também a saudade...
