segunda-feira, 20 de junho de 2011

Saudade

A saudade já foi abordada por poetas, músicos, pintores, escritores... Mas, ela é vista, quase sempre, como algo ruim, eu não vejo desta forma! Pelo menos não em sua totalidade! Vou explicar: somente sentimos saudade daquilo que foi bom ou importante para a gente, certo? Por exemplo, nunca vi alguém que sentisse saudade de uma dor de dente! De forma similar, a saudade somente acontece quando a pessoa que amamos está longe da gente - aqui me deterei a pessoas, principalmente, afinal a maioria das situações vividas foram compartilhadas, direta ou indiretamente, com outros indivíduos -, o que significa que elas têm papéis relevantes na nossa vida. Normalmente, tendemos a esquecer de dizer certas (e fazer) certas coisas para as pessoas que nos cercam quando compartilhamos muito tempo com elas (isto para aquelas que julgamos valer a pena, às outras somente educação e cordialidade já bastam!), mas quando olhamos para o lado e não as enxergamos as coisas começam a ganhar outro rumo... Alguém já disse, certa vez, que para dar valor é necessário perder, e se isto é verdade que seja uma perda temporária (mas nem por isso menos intensa e dolorosa) para que depois do reencontro novos valores e comportamentos sejam praticados com maior intensidade. Mas, quer saber? Sem demagogia, a melhor coisa da saudade é quando ela acaba!!! Porque enquanto ela existe tudo fica sem cor, sem graça, sem alegrias...

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Quando o dia pede um pouco (ou muito) da poesia de Gonzaguinha


Eu fico
Com a pureza
Da resposta das crianças
É a vida, é bonita
E é bonita...

Viver!
E não ter a vergonha
De ser feliz
Cantar e cantar e cantar
A beleza de ser
Um eterno aprendiz...

Ah, meu Deus!
Eu sei, eu sei
Que a vida devia ser
Bem melhor e será
Mas isso não impede
Que eu repita
É bonita, é bonita
E é bonita...

E a vida!
E a vida o que é?
Diga lá, meu irmão
Ela é a batida
De um coração
Ela é uma doce ilusão...

E a vida?
Ela é maravilha
Ou é sofrimento?
Ela é alegria
Ou lamento?
O que é? O que é?
Meu irmão...

Há quem fale
Que a vida da gente
É um nada no mundo
É uma gota, é um tempo
Que nem dá um segundo...

Há quem fale
Que é um divino
Mistério profundo
É o sopro do criador
Numa atitude repleta de amor...

Você diz que é luxo e prazer
Ele diz que a vida é viver
Ela diz que melhor é morrer
Pois amada não é
E o verbo é sofrer...

Eu só sei que confio na moça
E na moça eu ponho a força da fé
Somos nós que fazemos a vida
Como der, ou puder, ou quiser...

Sempre desejada
Por mais que esteja errada
Ninguém quer a morte
Só saúde e sorte...

E a pergunta roda
E a cabeça agita
Eu fico com a pureza
Da resposta das crianças
É a vida, é bonita
E é bonita...

sábado, 11 de junho de 2011

Quando nem intelectual gosta de pobreza

Nós nos acostumamos com muitas coisas que não devíamos, sequer, admitir. Não causa mais estranhamento, na maioria das vezes, encontrar pessoas adormecidas nas calçadas, famintas ou pedindo dinheiro, sem qualquer gozo das coisas básicas que todo ser humano deve ter, assegurado pela Constituição (saúde, educação, moradia...).
Passamos indiferentes por pessoas nas calçadas comercializando seus corpos por qualquer quantia, muitas vezes sem qualquer perspectiva de mudança.
Somos interceptados por comerciantes de entorpecentes nos oferecendo suas mercadorias sem qualquer tipo de constrangimento.
Crianças moradoras das ruas, famintas, com seus rostos sujos e olhares distantes nos amedrontam quando o contrário que deveria ocorrer, afinal quem é o adulto da relação?
Esquecemos que eles "são tão gente quanto a gente", com suas dores, suas perdas, seus ganhos, suas vontades, suas estórias, seus sonhos...
Às vezes, parece que estamos nos tornando pessoas insensíveis, seres de pedra, sem qualquer comoção com o sofrimento alheio... mas, será que é isso mesmo?
Sei lá, ando meio desacreditada com tudo... pelo menos no que tange a mudança desta realidade de sofrimento, de fome, de desamparo, de desespero, de ausência de futuro... mas, o que fazer?
Seria tão fácil encontrar respostas já prontas, acho que, lá no fundo, escolhi CISO com esta ilusão! Pena que descobri que receitas prontas não existem! E as pistas para as resoluções destes problemas dependem de um jogo de forças e interesses muito grandes e intermináveis!
Já acreditei em várias coisas, sonhei diversas soluções que se mostraram impossíveis de serem realizadas, já tentaram me convencer de que "é porque é" e que eu devia aceitar, já quis fechar os olhos e não consegui, já quis gritar e fui calada, já quis agir e fui paralisada, já quis lutar e não conseguir seguir em frente...

segunda-feira, 6 de junho de 2011

"Escrever é fácil: você começa com uma letra maiúscula e termina com um ponto final. No meio você coloca as idéias." (Pablo Neruda)