sábado, 11 de junho de 2011

Quando nem intelectual gosta de pobreza

Nós nos acostumamos com muitas coisas que não devíamos, sequer, admitir. Não causa mais estranhamento, na maioria das vezes, encontrar pessoas adormecidas nas calçadas, famintas ou pedindo dinheiro, sem qualquer gozo das coisas básicas que todo ser humano deve ter, assegurado pela Constituição (saúde, educação, moradia...).
Passamos indiferentes por pessoas nas calçadas comercializando seus corpos por qualquer quantia, muitas vezes sem qualquer perspectiva de mudança.
Somos interceptados por comerciantes de entorpecentes nos oferecendo suas mercadorias sem qualquer tipo de constrangimento.
Crianças moradoras das ruas, famintas, com seus rostos sujos e olhares distantes nos amedrontam quando o contrário que deveria ocorrer, afinal quem é o adulto da relação?
Esquecemos que eles "são tão gente quanto a gente", com suas dores, suas perdas, seus ganhos, suas vontades, suas estórias, seus sonhos...
Às vezes, parece que estamos nos tornando pessoas insensíveis, seres de pedra, sem qualquer comoção com o sofrimento alheio... mas, será que é isso mesmo?
Sei lá, ando meio desacreditada com tudo... pelo menos no que tange a mudança desta realidade de sofrimento, de fome, de desamparo, de desespero, de ausência de futuro... mas, o que fazer?
Seria tão fácil encontrar respostas já prontas, acho que, lá no fundo, escolhi CISO com esta ilusão! Pena que descobri que receitas prontas não existem! E as pistas para as resoluções destes problemas dependem de um jogo de forças e interesses muito grandes e intermináveis!
Já acreditei em várias coisas, sonhei diversas soluções que se mostraram impossíveis de serem realizadas, já tentaram me convencer de que "é porque é" e que eu devia aceitar, já quis fechar os olhos e não consegui, já quis gritar e fui calada, já quis agir e fui paralisada, já quis lutar e não conseguir seguir em frente...

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