terça-feira, 30 de agosto de 2011

Quando a comida é boa... para ouvir?!?

Nossa música está repleta de letras que falam diretamente sobre a comida (muitas vezes, descrevendo receitas), ou abordam sobre as emoções que ela suscita nas pessoas. Confesso que foi divertido buscar algumas letras - de diversos artistas e estilos - que abordassem  esse tema, selecionei algumas que consegui lembrar e encontrar em sites de busca.

"Feijoada Completa
Mulher, você vai gostar,
Tô levando uns amigos para conversar,
Eles vão com uma fome que nem me contém,
Eles vão com uma sede de anteontem
Saca a cerveja estúpidamente gelada para um batalhão,
E vamos botar água no feijão.
Mulher, não vá se afobar,
Não tem que por a mesa, nem dar lugar
Põe os pratos no chão, e o chão tá posto,
E prepare as lingüiças pro tira-gosto
Uca, açucar, a cambuca de gelo e limão,
E vamos botar água no feijão
Mulher, você vai fritar (ah vai!) um montão de torresmo pra acompanhar
Arroz branco, farofa e a malagueta
A laranja Bahia ou da seleta,
Joga o paio, Carne seca, tocinho no caldeirão,
E vamos botar água no feijão.
Mulher, depois de salgar, presta bem atenção
Passa um bom refogado que é pra engrossar
Aproveita a gordura da frigideira,
É melhor temperar a couve mineira,
E diz que ta dura, pendura, fatura no nosso irmão,
E vamos botar água no feijão.
Mulher, você vai fritar um montão de torresmo pra acompanhar
Arroz branco, farofa e a malagueta
A laranja Bahia ou da seleta,
Joga o paio, Carne seca, tocinho no calderão,
E vamos botar água no feijão
Mulher, depois de salgar (Não vai salgar muito)
Passa um bom refogado que é pra engrossar
Aproveita a gordura da frigideira,
É melhor temperar a couve mineira,
E diz que tá dura, pendura, fatura no nosso irmão,
E vamos botar água no feijão.
Não esquece o alho, bastante alho
Pra dar aquele né
Não bota pimenta do reino, não
E não esquece a cerveja bem geladinha que é pra descer bonito
Ô amigo, traz uma aí pra gente xará
Pode deixar que eu trago
Fica tranquilo que eu nao vou deixar a banana comer o macaco"

"Jiló com pimenta
Pimenta pode ser da mais ardida
Pois no meu peito já houve ardência maior
Não tenho preferência por comida
Obrigado nessa vida, já engoli coisa pior
Por isso nega, pode preparar o jiló
Ô nega pode prepara, ô nega pode preparar o jiló
Mais pimenta
Já engoli sapo, já tomei catrapo ninguém teve dó
Aprendi que nesse mundo não se dá ponto sem nó
Sou vagabundo sofrido quase reduzido a pó
Por isso nega, ô nega, pode preparar o jiló
Ô nega pode prepara, ô nega pode preparar o jiló
Pimenta pode ser da mais ardida
Pois no meu peito já houve ardência maior
Não tenho preferência por comida
Obrigado nessa vida, já engoli coisa pior
Por isso nega, pode preparar o jiló
Ô nega pode prepara, ô nega pode preparar o jiló
Já mandei fechar meu corpo
Me benzi com água benta
Mas houve praga mais forte dessa gente agourenta
Não há ninguém 100% poucos são pedra 90
Então ó nega prepare o jiló com pimenta
Poker é como bebida birita colher de coco
Por isso nega, pode preparar o jiló
Ô nega pode prepara, ô nega pode preparar o jiló
Quando um pobre se lamenta, mais um rico se contenta
Por isso nega, prepare o jiló com pimenta
Vou roendo pedra dura, sonhando com pão-de-ló
Por isso nega, pode preparar o jiló
Ô nega pode prepara, ô nega pode preparar o jiló
O homem só aprende a vida quando nela se aposenta
Por isso nega, prepare o jiló com pimenta
Eu tenho que dar um jeito, pouca coisa a gente inventa
Ó nega prepare o jiló com pimenta
Vamos batendo na palma da mão e numa lata velha que o samba incrementa
Ó nega prepare o jiló com pimenta
Você diz que tá com tudo porém nada apresenta
Ó nega prepare o jiló com pimenta"

"Pé de Nabo
Ser assim é uma delícia
Desse jeito como eu sou
De outro jeito dá preguiça
Sou assim pronto e acabou
A comida de costume
Como bem e não regulo
Mas tem sempre alguns legumes
Que eu não sei como eu engulo
Brincadeira, choradeira,
Pra quem vive uma vida inteira
Mentirinha, falsidade,
Pra quem vive só pela metade
Quando alguém me desaponta
Paro tudo e dou um tempo
Dali a pouco eu me dou conta
Que ninguém é cem por cento
Seja um príncipe ou um sapo
Seja um bicho ou uma pessoa
Até mesmo um pé-de-nabo
Tem alguma coisa boa"
"Vatapá
Quem quiser vatapá, ô
Que procure fazer
Primeiro o fubá
Depois o dendê
Procure uma nêga baiana, ô
Que saiba mexer
Que saiba mexer
Que saiba mexer
Procure uma nêga baiana, ô
Que saiba mexer
Que saiba mexer
Que saiba mexer
Bota castanha de caju
Um bocadinho mais
Pimenta malagueta
Um bocadinho mais
Bota castanha de caju
Um bocadinho mais
Pimenta malagueta
Um bocadinho mais
Amendoim, camarão, rala um coco
Na hora de machucar
Sal com gengibre e cebola, iaiá
Na hora de temperar
Não para de mexer, ô
Que é pra não embolar
Panela no fogo
Não deixa queimar
Com qualquer dez mil réis e uma nêga ô
Se faz um vatapá
Se faz um vatapá
Que bom vatapá
Bota castanha de caju
Um bocadinho mais
Pimenta malagueta
Um bocadinho mais
Bota castanha de caju
Um bocadinho mais
Pimenta malagueta
Um bocadinho mais
Amendoim, camarão, rala um coco
Na hora de machucar
Sal com gengibre e cebola"
 

Por enquanto é só!!! Por enquanto...

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Ego

Minhas flores preferidas são gérbera e girassol, a parte do dia que eu mais admiro é o entardecer, sinto-me sozinha e melancólica à noite e produzo melhor durante a manhã. Chocolate me faz feliz, enjôo facilmente de uma comida, dou risada de besteiras, assisto bobagens na televisão e no cinema e leio coisas idiotas. Acredito em Deus, mas em um Deus diferente daquele das aulas de religião (um Deus que é amor e que perdoa, não consigo imaginar um Deus punitivo); não sigo nenhuma religião, acho que o fundamental é o respeito pelo o outro. Leio horóscopo, sigo estrelas, aprecio a lua, ouço as ondas, gosto de sentir o vento no rosto, tenho o sorriso fácil, sempre que possível tomo banho de chuva, ando descalça e acredito em boas energias (também sei da existência das más energias). Já desenhei, já fiz dança contemporânea e joguei vôlei. Sei bordar, fazer crochê e tricô (terei uma velhice ativa!rs). Não sei cozinhar, apesar de adorar comer e me interessar pela alimentação. Injustiça me irrita. Academia de ginástica me dá tédio. E a academia intelectual me encanta. Muitas vezes falo sem pensar, ajo por impulso e não costumo mentir para fazer ninguém feliz e nem fazer algo que não queira para agradar outras pessoas. Não sou difícil de ler, meus olhos falam coisas que minha boca decide (com muito esforço) silenciar. Ainda acredito nas pessoas e em suas boas intenções. Meus sonhos não foram adormecidos, luto pelo o que acredito, sou teimosa, imatura, responsável e perfeccionista. Sou tímida, insegura e inconstante - oscilo entre a fortaleza de uma rocha e a fragilidade de um cristal. Meu instinto materno é aflorado, tenho a mania de querer resolver os problemas de todos e do mundo! Sou um mister de razão e emoção. Reconheço meus erros, peço desculpas quando estou errada e não perco a oportunidade de ouvi-las quando estou certa! Esqueço rápido. Tenho sede de conhecimento, quietude me angustia, novidade me atrai, o inesperado me encanta, amo viajar, mas preciso de uma razão e um porto para voltar. Sou carente, preciso de colo e de carinho, palavras bonitas e mentiras sinceras me atraem. Só sei escrever em prosa e invejo quem sabe fazer versos. Me concentro com música, qualquer tipo de música! Troco uma boa leitura por poucas coisas. Dá trabalho para eu sair de casa, mas isso não quer dizer que não goste de festa! Amo estar cercada de amigos, falar bobagens e ser eu mesma!

"Não me deixe só, eu tenho medo do escuro, tenho medo do inseguro e dos fantasmas da minha voz"

Eu tenho muitos medos. Tenho pavor de qualquer animal que se rasteje (por mais inofensivo que seja), desgosto de ratos, não gosto de ficar sozinha, não assisto filmes ou programas de terror, tenho medo de carros em alta velocidade, sinto-me insegura em veículos de duas rodas (bicicleta, inclusive), não gosto de janelas com grades, tenho receio de ser mal interpretada, de magoar, de ficar sozinha, abandonada e esquecida...
É natural sentir medo, li em algum lugar (que não faço a menor idéia) que ele é fundamental para a manutenção da espécie, mas não podemos ficar reféns dele, temos que superá-lo sempre que possível. E, quando isso acontece é muito bom! A sensação é maravilhosa!
Contrário ao medo é a coragem, e, esta semana, eu me descobri bastante corajosa! Normalmente eu ajo por impulso, mas desta vez eu consegui aliá-lo a uma escolha racional. Consegui o maior dos meus medos atuais: o medo de falar em público e ser julgada pelo o que foi dito. Para mim, sempre foi sofrível expôr minhas idéias e ideais para as outras pessoas, independente da quantidade ou "qualidade" dos ouvintes. É estranho porque nestes momentos eu me sinto demasiadamente vulnerável (é como uma sensação de ser um vidro prestes a ser atingido por pedras...). Algumas vezes, eu me preparo com antecedência, me convenço que sou capaz, mas quando chega a hora exata... nada sai como planejado! Isso é muito frustrante! Só quem compartilha este sentimento comigo sabe o que estou falando...
Mas, pela primeira vez, consegui deixar o medo de lado e fiz o que tinha planejado. Consegui falar para diversas pessoas, entre elas algumas que eu respeito tanto pela inteligência e produção acadêmica quanto pelos seres humanos que são. E, fiquei muito feliz com o resultado! Muito menos pelo o que foi apresentado (uma vez que será publicado brevemente), mas muito mais pela superação de um medo que, algumas vezes, me fez refém e me impediu de fazer o que eu sabia (lá no fundo!) que era capaz, mas que custava a acreditar.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Sobre menina-borboleta

Vivo em constante mudança! A cada sol que se põe sou diferente de como eu era quando ele nasceu! A vida é um constante aprendizado! Com o tempo, percebi que, para aprender é preciso estar atenta aos pequenos sinais que a vida nos dá, além de ser humilde e aberta para o novo. Confesso que isto não é fácil, às vezes o inédito amedronta e dá medo de tocar! É mais fácil fazer o mesmo caminho todos os dias, do que arriscar uma nova trilha que pode (quem sabe?) ir de encontro a um pôr-do-sol ou então o nascer de uma lua cheia!
Desde criança sou fascinada por borboletas! Os adultos a minha volta me diziam que eu não podia brincar com elas, porque eram prejudiciais a saúde e poderiam até mesmo cegar! Eles pareciam tão seguros daquela informação que eu me contentava em admirá-las a distância - podia passar horas vendo o vai-e-vem das borboletas, sempre tão leves, tão bonitas, tão atarefadas em um ir-e-vir infinito...
Cresci e o fascínio não diminuiu. Muito pelo contrário, ele se fortaleceu cada vez mais, tanto que eu acabei criando outros significados para estes seres! Há seis anos quando fiz minha primeira tatuagem soube exatamente qual desenho escolher e, em nenhum momento me arrependi da escolha. Minha borboleta - em cada traço, cor e até a estrela do final - tem sentido e significado (para mim, lógico!)!
O mais engraçado é que as pessoas que me conhecem remetem facilmente minha lembrança com estes insetos (além de pôr-do-sol, lua cheia, ondas na praia... pelo menos é o que dizem!).  Tanto, que eu tenho uma amiga que me chama de menina-borboleta (em troca eu a denomino menina-sol por causa da energia e da luz que ela emana nos lugares em que está presente), não sei ao certo porque ela me chama assim. É certo, porém que eu ainda não me considero uma borboleta, sou uma pequena lagarta (eca!rs) andando por aí, muito lentamente, crescendo e esperando o momento de se recolher quietinha no casulo (que deve ser muito doloroso e solitário, apesar de ser necessário) até o momento exato de abrir as asas e voar, cada vez mais alto (sem se importar com a brevidade da vida!).