"As coisas em geral não são tão fáceis de apreender e dizer como normalmente nos querem levar a acreditar; a maioria dos acontecimentos é indizível, realiza-se em um espaço que nunca uma palavra penetrou" (Rilke)
sexta-feira, 20 de maio de 2011
Solón, o coração iluminado (Parte I)
O romance de Rita Sanches (“Sólon, herói de algures”. Salvador: Fundação Casa de Jorge Amado, 2004 (Casa de Palavras. 1.2.3. v. 20; Prêmio Braskem de Cultura e Arte-Literatura) ao mesmo tempo envolve e fascina! O seu livro é a estória de um jovem, belo, órfão, pobre, morador de um povoado (Carrera) no interior da América do Sul. Ali, participa da vida simples, corriqueira e boêmia do povoado, mas, é compelido, por sua beleza e comportamento, a ser instrutor de equitação das jovens mancebas da elite local. Simultaneamente, conhece um jovem viajante que realiza atividades desconhecidas e tornam-se grandes amigos. A partir do viajante, toma conhecimento dos meandros da construção do poder na sociedade local. Desperta paixões e se apaixona, mas inesperadamente o seu amigo é assassinado, por tentar abandonar a condição de intermediário no contrabando internacional de pedras preciosas efetuado pelos poderosos de Carrera. Cônscio do comércio ilegal e da corrupção que permeava a construção da riqueza no povoado, também deve morrer. Preso, espancado, inesperadamente, consegue desvencilhar-se dos seus algozes, e vinga-se, matando sem piedade os dois filhos de um dos mandantes do assassinato do seu amigo querido. Sabendo-se perseguido, emigra para o Velho Mundo e jamais foi encontrado, tornando-se uma lenda no povoado e na região circunvizinha. Portanto, essa é, em termos simplificados, a trama heróica e policial desenvolvida por Rita Sanches em seu romance. Porém, por sua complexidade e consistência o livro permite várias outras leituras...
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