quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Sexta elegia

A sexta elegia é a mais curta de todas e, trata de algo que a maioria de nós, não sabe controlar: o tempo! O dia tem 24 horas, o mês 30 dias e o ano 365 amanheceres e pôres-de-sol! Falando assim parece uma eternidade, mas, hoje faltam um pouco mais de 2 meses para que 2010 deixe de ser presente e se torne passado... Ainda ontem éramos crianças ansiosos por novidades, ou então, adolescentes rebeldes e questionadores... Ah, doces tempos!
Nunca estamos, completamente, no tempo presente, e sim, rememorando o passado ou então fazendo planos para o futuro, seja ele próximo ou distante (“Figueira, há muito que te vejo esquecer quase inteiramente a floração, precipitando no fruto prematuro, incompreendido, teu puro segredo”). E, quando nos damos conta, podemos estar prestes a colher “o fruto derradeiro”, sem perceber os estágios que o antecederam: as flores, o amadurecimento, as aves em volta e o doce sumo da fruta madura.
Poucos são os que gozaram todos os estágios sem ansiar pelo próximo, e somente os heróis e os que morreram jovens são perdoados por tal desatenção. Os últimos porque a própria vida lhes tirou essa oportunidade e, os primeiros porque “sua existência é ascensão: eleva-se incansável, e penetra nas constelações mutáveis do perigo à espreita”. E, além de viver intensamente, “o herói percorre as estações do amor, e cada pulsar de um coração ardente o impele às alturas com mais força. Alheado, porém, ele é outro, ao termo dos sorrisos”.

2 comentários: